Meus queridos irmãos e irmãs, hoje eu quero compartilhar com vocês algo que está sempre presente e às vezes pode ser um desafio em nossas vidas: como espantar todo o mal que tenta nos cercar. Ah, me desculpem se pareço um pouco divagante hoje, mas é porque essa é uma questão que mexe muito comigo, e acredito que com vocês também.
Lembro-me de uma tarde ensolarada de domingo, quando estava no jardim da nossa paróquia, podando as roseiras – sim, eu sei, parecem sempre precisar de uma poda, não é mesmo? Naquele dia, o nosso querido amigo Zeca passou por lá. Ele sempre dizia que sou um péssimo jardineiro, mas acho que só fala isso porque gosta de me provocar. Rimos um pouco, falamos da vida, e ele acabou tocando no assunto: “Padre, como a gente faz pra afastar esses males que a gente sente às vezes, sabe, aqueles que parecem grudar na gente e não largam de jeito nenhum?”
Bom, eu pensei um pouco no que ele falou e lembrei de uma história que aconteceu comigo quando eu era ainda um seminarista. Estava numa noite muito fria, me escondendo debaixo do cobertor e assombrado por umas dúvidas que ficavam me cutucando – aqueles pensamentos insistentes que a gente tenta afastar, mas que voltam com força.
Uma vez, enquanto estava sentado no refeitório do seminário, sozinho ao fim do jantar, o irmão Paulo – vocês sabem, aquele que faz aquela sopa deliciosa com gengibre todas as quartas – sentou-se ao meu lado. Ele notou a minha preocupação e, do nada, começou a compartilhar uma história sobre sua avó. Segundo ele, a avó sempre dizia: “Meu filho, o mal é como fumaça; a gente não pode pegar, mas pode ver. E, para espantá-lo, precisa abrir as janelas da alma e deixar o vento do Espírito Santo soprar.”
Aquilo mexeu comigo de uma forma que eu não consegui explicar na hora, mas fez todo sentido! Pensei: às vezes a gente tenta lutar contra essas coisas ruins de todas as formas erradas. Fazemos força, ficamos pensando e remoendo, e esquecemos de fazer o mais simples: abrir o coração e deixar que o amor de Deus realize a limpeza.
A prática disso, meus irmãos, foi algo que levei tempo para entender e aperfeiçoar – e estou longe de ser perfeito, viu? Outra situação foi quando nosso amigo Domingos, vocês sabem aquele que não perde uma missa de domingo, veio muito abatido depois de ter perdido o emprego. Ele estava desanimado, preocupado com as contas, com a família. Nós conversamos bastante, e eu disse a ele: “Domingos, sei que está difícil agora, mas lembre-se de que essa fumaça não vai durar para sempre. Vamos abrir as janelas do seu coração e orar para que o vento do Espírito Santo te traga uma nova oportunidade.”
Irmãos, foi incrível ver como as coisas foram se ajeitando aos poucos, mesmo nos momentos de maior desespero. Às vezes, um simples gesto de fé, como uma oração sincera, pode afastar os males que parecem tão imbatíveis.
Então, hoje, eu convido cada um de vocês a fazer isso. Quando o mal vier, não tentem lutar com suas próprias forças, mas sim abram o coração e deixem o vento do Espírito Santo entrar e limpar cada cantinho da alma. E lembrem-se, estamos todos juntos nessa caminhada, como aquela vez em que nosso grupo de jovens organizou a Vigília e sentimos uma paz tão grande que parecia que todos os males do mundo tinham sido dissolvidos ali mesmo.
Fiquem com Deus, e vamos continuar espantando todo o mal com fé, amor e a presença do Espírito Santo em nossas vidas. Amém.