A Oração Comunitária como Fonte de Cura e Renovação

Meus queridos irmãos e irmãs, bom dia a todos!

Hoje eu queria compartilhar com vocês uma reflexão que me tocou profundamente esta semana, algo que vivenciei de uma maneira tão simples e ao mesmo tempo tão poderosa. Estava conversando com nosso querido amigo João, aquele que sempre senta no banco do meio, vocês sabem quem é, e ele estava comentando sobre como a oração comunitária tem sido uma fonte de cura e renovação em sua vida. Isso realmente ecoou em mim, e eu pensei: “Isso é algo que todos nós precisamos ouvir e refletir”.

A gente se acostuma às nossas rotinas, né? Domingo de manhã, vamos todos juntos à igreja, encontramos os amigos, fazemos nossas orações, cantamos os louvores e, de certo modo, seguimos nesse ritmo quase automático. Mas parei para pensar: será que estamos realmente sentindo essa força, essa cura e renovação que a oração comunitária nos oferece?

Lembro-me de um momento especial, um certo domingo há alguns anos. Estávamos todos aqui e, honestamente, eu estava meio distraído naquele dia. Tinha tantos pensamentos na cabeça – compromissos, preocupações, até mesmo o jogo de futebol que viria à tarde. Mas aí, no meio da oração, vi Dona Clara, nossa querida Clara, ali no canto, com suas mãos calejadas unidas, os olhos fechados, uma expressão de profunda paz e entrega. Aquilo me pegou de jeito. Pensei: “Como ela consegue deixar todas suas dores e preocupações de lado e se entregar assim?”

Então resolvi me permitir sentir o mesmo. Fechei os olhos e comecei a orar com mais presença. E sabem o que aconteceu? Senti uma onda de serenidade me envolver. Era como se todas as preocupações do mundo desaparecessem, sendo substituídas por uma sensação de frescor e renovação. Foi naquele momento que percebi: a oração comunitária é como um remédio para a alma, cura nossas feridas mais profundas e nos renova, nos dá forças para continuar.

Outro dia, eu estava novamente perdido em meus pensamentos durante uma de nossas orações. Ao meu lado estava o pequeno Miguel, filho da Maria e do José. Ele puxou minha batina e perguntou, com aquele olhar curioso de criança: “Padre, por que a gente fecha os olhos pra rezar?” E eu respondi meio sem pensar: “Para ver melhor com o coração, meu filho.” Mas aquela pergunta simples me fez refletir por dias. Percebi como é fácil a gente se esquecer de realmente sentir o que estamos fazendo aqui, de nos permitir ser vulneráveis diante de Deus e dos irmãos.

A oração comunitária nos une de uma forma que nada mais pode. Olha só, eu me lembro do dia em que o José passou por uma cirurgia complicada. Nos reunimos aqui para uma vigília de oração. E não era a quantidade de palavras que importava, mas a intenção, a união de corações e almas naquele momento. Cada “Pai Nosso”, cada “Ave Maria” era um gesto de amor e solidariedade. E vejam só, o José se recuperou mais rápido do que os médicos esperavam. Coincidência? Talvez. Milagre? Quem sabe. Mas eu prefiro acreditar que foi o poder da oração comunitária.

Então, meus caros, quando nos encontrarmos aqui para a próxima missa, vamos tentar nos lembrar disso. Vamos nos permitir viver cada oração de forma plena, com o coração aberto e a alma entregue. Porque, saibam, cada momento que passamos juntos em oração é uma oportunidade de cura e renovação. Não estamos sozinhos nessa caminhada; somos uma família, uma comunidade de fé.

Que Deus nos abençoe e nos guie sempre!