Queridos irmãos e irmãs, boa tarde! Que alegria estarmos reunidos aqui na casa de nosso Pai. Hoje, quero compartilhar com vocês um pedacinho do meu coração, algo que tem me tocado profundamente e que acredito ser muito importante para todos nós: o impacto dos grupos de oração na nossa vida espiritual.
Eu me lembro, e parece que foi ontem, de quando comecei a frequentar aquele nosso pequeno grupo de oração, logo depois de ser designado para esta paróquia. Era uma noite fresca, e a sala de reuniões estava cheia de gente querida, rostos conhecidos e outros, novos, que eu ainda estava começando a conhecer. A Dona Maria, com seu sorriso caloroso, sempre chegava mais cedo e arrumava tudo com tanto carinho. E o seu José, ah, ele sempre tinha uma história engraçada para contar, quebrando o gelo e trazendo leveza aos nossos encontros.
Naquele momento, me veio à cabeça uma passagem do Evangelho que fala sobre onde dois ou mais estão reunidos em nome de Jesus, Ele se faz presente. E eu senti isso de uma maneira tão concreta ali. Sabe, eu estava meio nervoso, com aquele friozinho na barriga de começo de caminhada. Mas, assim que começamos a oração, foi como se uma paz enorme invadisse meu coração. Era a presença de Deus, manifestada de uma forma tão simples, tão bela.
Lembro da primeira vez que fizemos uma partilha sobre nossas vidas. A dona Teresa contou sobre os desafios que estava enfrentando com a saúde e como a fé dela estava sendo posta à prova. Naquele instante, eu percebi que não estava ali apenas para orientar, mas para aprender com cada um de vocês. E assim, de forma muito natural, formamos uma rede de apoio. A gente se abraçava com palavras, mesmo quando os braços não alcançavam fisicamente.
E tinham aqueles momentos também, quando a mente da gente começava a viajar no meio da oração. Uma vez, no meio de uma Ave Maria, me peguei tentando lembrar se tinha trancado a porta da sacristia. Me senti culpado, mas depois, refletindo, entendi que nossa humanidade está aí também para nos lembrar de nossa condição de filhos de Deus, que precisam do Seu amor e da Sua graça, mesmo com nossas distrações e imperfeições.
Um detalhe que jamais vou esquecer é o pequeno livrinho de orações do seu Antônio. Ele tinha aquele livrinho bem desgastado de tanto uso, com as páginas amareladas e algumas até coladas com fita adesiva. Toda vez que ele o abria, havia um cuidado e um respeito tão grandes. Aquilo me tocava profundamente, mostrando a reverência que ele tinha pela oração e pela Palavra de Deus.
Sem falar nas vezes que a gente levantava as mãos para cantar juntos. Ah, meus irmãos, era uma sinfonia de vozes às vezes desafinadas, mas tão cheias de amor e devoção. E quanta alegria trazia ao meu coração ver as crianças se aproximando timidamente, querendo participar, querendo entender o que fazíamos ali. Esses pequenos momentos são joias preciosas que guardo com muita gratidão.
Hoje, olhando para trás, vejo como cada encontro, cada oração compartilhada, moldou e fortaleceu a minha fé e a de tantos outros que caminham conosco. E se tem uma coisa que eu aprendi com tudo isso é que somos verdadeiramente irmãos e irmãs em Cristo, cuidando uns dos outros, sustentando uns aos outros em oração.
Por isso, convido a todos a se engajarem nesses grupos de oração. Não por obrigação, mas por desejo de caminhar juntos, partilhar as alegrias e as dificuldades, e, acima de tudo, crescer na fé. Que possamos seguir unidos, com nossos corações abertos ao amor de Deus e ao próximo.
Que Maria, nossa Mãe, nos abençoe e nos guie sempre. Amém.