Qual santo protege de todo mal?

Meus queridos irmãos e irmãs,

Hoje, vamos conversar sobre algo que toca o coração de todos nós: pedir a Deus um livramento. E, olha, vou contar pra vocês de uma maneira bem pessoal, assim como eu gostaria de conversar com um amigo íntimo. Sentem-se, relaxem, e vamos juntos nessa reflexão.

Lembro-me de um dia específico em uma terça-feira, nada de mais, dia comum, durante uma visita à casa de um grande amigo, o Valdir. A gente estava tomando um cafezinho – não aquele especial, sabem? Aquele café normal, meio amargo, que a gente bebe mais pela companhia do que pelo sabor, e isso já diz muito. Acontece que, nesse dia, eu estava com o coração apertado, precisando de um livramento. Sem entrar em muitos detalhes, eu tava numa encruzilhada da vida, problemas de saúde na família, contas acumulando, essas coisas que todo mundo enfrenta de vez em quando.

Durante a conversa, Valdir, com aquele jeito simples e sábio dele, me disse: “Padre, por que você não pede a Deus um livramento? Mas pede de coração, sabe?”. E aquilo ressoou em mim. A gente pede tanta coisa nos nossos momentos de oração – emprego, saúde, paz – mas um livramento é diferente. É quase como um pedido de socorro.

Naquela noite, ajoelhei-me para conversar com Deus, e fiz um papo bem franco: “Senhor, tô aqui, sem máscaras e sem rodeios. Eu preciso de um alívio, de um livramento. Não sei o que fazer e tô me sentindo perdido”. Naquele instante, me dei conta de que estava pedindo de coração, deixando de lado a formalidade, sem vergonha de mostrar minhas fraquezas.

Enquanto falava com Deus, lembrei-me das vezes que acordei de madrugada, preocupado, com pensamentos que não me deixavam em paz. Pensei nas reuniões de domingo após a missa, quando a Dona Maria sempre me perguntava se eu estava bem, porque ela conseguia ver nos meus olhos que algo não estava certo. A gente acha que esconde, mas quem nos ama vê por trás do sorriso amarelo. Naquele momento de oração, todas essas lembranças vieram à tona, e foi como se eu estivesse entregando tudo isso a Deus.

Interessante é que o livramento que eu pedi não veio de uma forma mágica ou imediata. Não foi como acender a luz em um quarto escuro. Foi mais como amanhecer, sabe? Aquele processo lento e gradual, em que a escuridão vai dando lugar à luz, mesmo sem a gente notar. Eu comecei a sentir calma e confiança para lidar com os problemas, dia após dia.

Outra coisa que notei é a importância de abrir o coração também para os amigos, como fiz com o Valdir. Às vezes, achamos que pedir ajuda é sinal de fraqueza, quando na verdade é um ato de coragem. Deus usa essas pessoas maravilhosas ao nosso redor como instrumentos do seu amor e graça.

Então, queridos irmãos e irmãs, o que quero deixar com vocês hoje é isso: quando a tempestade parecer forte demais e vocês se sentirem afogados, lembrem-se de que pedir a Deus um livramento é mais do que uma simples oração. É um ato de fé e de humildade, um reconhecimento de que, mesmo em nossa fragilidade, Ele está sempre pronto a estender a mão e nos guiar para a luz. E nunca se esqueçam, às vezes, o livramento começa com um simples café amargo na casa de um amigo.

Amém!